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sábado, 4 de maio de 2013

O Teorema Katherine ~ John Green

Editora: Intrínseca
Páginas: 304
Gênero: Comédia Romântica
Título original: An Abundance of Katherines
Classificação:
 
Após seu mais recente e traumático pé na bunda - o décimo nono de sua ainda jovem vida, todos perpetrados por namoradas de nome Katherine - Colin Singleton resolve cair na estrada. Dirigindo o Rabecão de Satã, com seu caderninho de anotações no bolso e o melhor amigo no carona, o ex-criança prodígio, viciado em anagramas e PhD em levar o fora, descobre sua verdadeira missão: elaborar e comprovar o Teorema Fundamental da Previsibilidade das Katherines, que tornará possível antever, através da linguagem universal da matemática, o desfecho de qualquer relacionamento antes mesmo que as duas pessoas se conheçam. Uma descoberta que vai entrar para a história, vai vingar séculos de injusta vantagem entre Terminantes e Terminados e, enfim, elevará Colin Singleton diretamente ao distinto posto de gênio da humanidade. Também, é claro, vai ajudá-lo a reconquistar sua garota. Ou, pelo menos, é isso o que ele espera.
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Quando eu era pequena, gostava de ser "a" diferente.
Colocava lacinhos em minhas meias, ouvia bandas que ninguém conhecia (e quando todo mundo começava a gostar eu deixava de gostar), pesquisava palavras novas no dicionário pra ser única a usá-las, torcia para times rivais. Enfim, eu era do-contra.
Eu ainda continuo um pouquinho assim.
É por esse motivo que, quando me indicaram ler Scott Westerfeld comecei com "Tão Ontem" e não com "Feios". É por isso que quando me indicaram a Jane Austen escolhi ler "Razão e Sensibilidade" e não "Orgulho e Preconceito". Também fui apresentada à Meg Cabot por seu "Ídolo Teen" e não pela série da Princesa Mia. E, é por isso que comecei a ler John Green com "O Teorema Katherine" sem ler "A Culpa é das Estrelas".
Pois é.
Esse papo todo é pra dizer: Cara, que trem bom demais da conta esse livro!
John Green é um gênio. Ele escreve tão maravilhosamente que, mesmo lendo no computador, eu ficava procurando o livro em cada canto que eu me encostava.
Aí pensava: Droga! Não tenho o livro físico! 
E isso aconteceu bastante. Sério.
É um livro com diálogos rápidos, inteligentes e carregados de tanta ironia bacana (nem toda ironia é legal) que você nem sente as páginas passarem. Você simplesmente as devora com os olhos.
"Que fique registrado que foi Colin quem inventou o nome. Os outros chamavam aquilo de “O Alongamento”, mas aí, certa vez, quando estavam prestes a atacá-lo, Colin gritou: “Não façam o Abdominável Homem das Neves comigo!” Foi um nome tão inteligente que pegou."
~ nota de rodapé, capítulo 3
A história gira em torno de Colin Singleton, um garoto prodígio que está sentindo que não é tão inteligente assim, afinal das contas. Como pode um cara tão jovem ter entrado e saído (por ser chutado) de relacionamentos tantas vezes e, ainda mais, só com garotas chamadas Katherine?
Colin está na maior fossa, jogadão no tapete e sentindo pena de si mesmo quando entra em cena seu melhor amigo, o muçulmano Hassan. E não sei qual dos dois amei mais.
"Hassan e Colin permaneceram imóveis e começaram um diálogo acelerado. Hassan:
 — Eu sou um aluno de intercâmbio kuwaitiano; meu pai é um barão do petróleo. Colin fez que não com a cabeça.
 — Óbvio demais. Eu sou espanhol. Refugiado. Meus pais foram assassinados por separatistas bascos.
— Eu não sei se basco é uma coisa ou uma pessoa, e eles também não vão saber, então: não. Tá, eu acabei de chegar aos Estados Unidos vindo de Honduras. Meu nome é Miguel. Meus pais ficaram ricos com plantações de bananas e você é meu guarda-costas porque o sindicato dos trabalhadores dos bananais me quer morto. Colin retrucou de bate-pronto.
— Essa é uma boa ideia, mas você não fala espanhol. Tá, eu fui sequestrado por esquimós no território Yukon… não, essa não cola. Nós somos primos franceses em visita aos Estados Unidos pela primeira vez na vida. Essa é nossa viagem de formatura do ensino médio.
— Isso é meio sem graça, mas estamos sem tempo. Só eu falo inglês? — Hassan perguntou.
— Tá. Pode ser." - pág. 48
Hassan arrasta Colin para uma viagem de carro sem rumo definido para consertar seu coração partido. Depois de irem parar mais longe do que imaginavam eles acabam dando de cara com uma exposição inusitada em uma cidadezinha do interior. Beeeeeem do interior mesmo. Gutshot.
É lá que os garoto conhecem o terceiro, e não menos importante, elemento do grupo. Lindsey.
"Ela saiu de trás do balcão. Baixa. Magra. O rosto mais interessante que bonito.
— Meu nome é Colin Singleton — ele disse para a guia turística/caixa de mercearia.
— Lindsey Lee Wells — ela falou, estendendo a mão pequena, as unhas com um esmalte corde- rosa cintilante descascado.
Ele apertou a mão dela, que então se virou para Hassan.
— Hassan Harbish. Muçulmano sunita. Não terrorista.
— Lindsey Lee Wells. Metodista. Também não." - pág. 31
 Colin decide então provar, por meio de um Teorema, que é possível prever a duração de cada relacionamento romântico existente. Início, meio e fim.
Eu amei tanto o Colin que fiquei com aquela ansiedade do meio para o fim do livro, sem nem saber o final, de que a história não podia acabar naquelas páginas. A história de Colin merecia mais um livro! Mas, não. O final é totalmente satisfatório pra ele. Hassan também é incrível. Um garoto que todo mundo iria querer ter como melhor amigo. Divertido, sem noção, carinhoso (do jeitão dele lá). A Lindsey também é legal. Dei muita risada com as falas dela. E me emocionei com sua capacidade crítica de autoanalise. Sim, temos isso em um livro de comédia. Reflexões sobre a vida, a juventude e o futuro.
É possível ser jovem e saber o que quer. Os jovens dessa história sabem.
Colin que ser importante. Deixar sua marca no mundo. Lindsey quer ter uma vida tranquila. Hassan quer deixar a vida lhe levar, sem levar nada a sério.
Os outros personagens fizeram um pano de fundo muito legal. Hollis, a mãe de Lindsey, é muito louca, mas eu a amei. Os velhotes, a turma de Lindsey, os pais de Colin, os pais de Hassan, as Katherines... todos contribuíram para a história ser tão rica e completa.
Sem dúvida, acaba de substituir minha preferência anterior e se tornando meu livro favorito de 2013.
Eu amei esse livro.
John é um cara simpático e bem humorado. Seus livros são iguais.
Mal posso esperar para ler mais coisas deles, mas não sei se já vou de "A Culpa é das Estrelas" não. Lembre-se que sou do contra! Acho que vou ler "Quem é você, Alasca?" Só pra contrariar ;)
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