Os Adoráveis ~ Sarra Manning

Editora: Novo Conceito
Páginas: 384
Gênero: Comédia romântica
Título Original: Adorkable
Classificação:

Jeane é blogueira. Seu blog, o Adorkable, é um blog de estilo de vida — na verdade, o estilo de vida dela — e já ganhou até prêmios na categoria “Melhor Blog sobre Estilo de Vida” pelo e Guardian e um Bloggie Award. Adora balas Haribo, moda (a que ela cria, comprando em brechós) e colorir (ou descolorir totalmente) os cabelos. Cheia de personalidade e meio volúvel, ainda assim Jeane é bacana — mesmo nos momentos em que se transforma numa insuportável. Mas, certamente, ela não olharia duas vezes para Michael. Porque Michael é o oposto de Jeane. Ele é o tipo de cara que namoraria a garota mais bonita da escola. E compra suas roupas na Hollister, na Jack Wills e na Abercrombie. Além disso, diferente de Jeane, que é autossuficiente, Michael é completamente dependente do pai, o Clínico Geral que condena açúcar, e ainda permite que sua mãe compre suas roupas! (Embora, para Jeane, o pior mesmo sobre Michael é que ele baixa música da internet e nunca paga por isso). Jeane e Michael têm pouco em comum, além de algumas aulas e uma maçante dupla de “ex” — Scarlett e Barney. Mas, apesar disso, eles não conseguem se desgrudar desde que ¬ ficaram pela primeira vez.

"Experimente Photoshop, tintura de cabelo, diferentes esmaltes e sabores de cupcake, mas nunca experimente drogas."(O Manifesto) - pág. 5

Eu gostei do "Os Adoráveis".
É um livro com uma capa legal (mil vezes melhor que as capas estrangeiras) e tem uma sinopse atraente. Mas, a parte romântica não me convenceu. Achei a Jeane incrível. Uma garota bem resolvida, inteligente, maluca, arrogante, independente e muito forte. Além de não ter vergonha de nada. Finalmente temos uma protagonista com uma personalidade bem humana, a pesar de ser adolescente, já que quando se escreve sobre uma garota de 17 poucas vezes vemos personagens com atitude. Jeane tem um blog de estilo de vida reconhecido mundialmente. Ela é famosa. Ela vai a festas. Ela conhece bandas de rock.
Mas, ela é um pouquinho solitária.
Acho que aí é onde entra o Michael. Mas, o Michael não convence.

"Ele era tão lindo que havia até mesmo uma ode às maçãs de seu rosto na parede do banheiro feminino." -pág. 7

Tudo começa em uma venda de usados (a protagonista é uma assídua frequentadora de brechós e se veste como a Lady Gaga, praticamente) quando Michael Lee, um garoto popular que nunca havia falado com Jeane, decide confrontá-la sobre o real relacionamento que seus respectivos namorados podem estar tendo. Jeane se mostra desagradável e antipática... e isso deixa Michael, conhecido por se dar bem com todo mundo e ser amado no colégio, com uma pulga atrás da orelha. Por que uma garota tão estranha e arrogante é tão segura de si? E, principalmente, por que Michael não consegue se afastar dela?
Sarra Manning, que é super famosa lá fora, nos apresenta uma história legal sobre ser você mesmo e não deixar que as opiniões dos outros ditem quem você é.
Mais adiante no livro Jeane faz uma palestra, que mais parece uma convocação de guerra, sobre como a juventude está caminhando para um lugar não tão bacana com sua superficialidade, falta de personalidade e vontade de lutar. Mas, ela também acredita em uma mudança, o que tornam suas palavras um manifesto e tanto. Achei isso muito bom.
O livro é muito bem escrito e apresenta os pontos de vista dos dois personagens principais, mas simplesmente não dei a quarta estrela pra ele por que fiquei confusa com o final. Não vou soltar spoilers, mas para me explicar vou dizer que desde o começo o relacionamento Jeane/Michael é estranho e isso não muda em nenhum momento do livro. Percebi que Michael era legal e bonzinho e simpático com todo mundo, menos com Jeane. Existem alguns momentos no livro que você vislumbra como seria se os dois realmente se mostrassem apaixonados um pelo outro, mas passam tão rápidos que você nem sente.

"- Bem, você soou como se algo terrível tivesse acontecido, e você não deve apenas acionar o porteiro eletrônico e permitir que as pessoas entrem. Eu poderia ser um assassino estuprador homicida.
Jeane fungou.
- Homicida e assassino não são meio que a mesma coisa? Tipo, você não pode ser um assassino não homicida.
- Você pode, se não tiver a intenção de cometer o assassinato. Tipo, se for um crime passional ou algo assim." -pág. 328

O mais legal de Michael são suas irmanzinhas mais novas Melly e Alice que  fazem a gente rir com o tanto que aprontam e são intrometidinhas. Amei elas.
O livro também aborda vários temas bacanas como família, amizade e futuro. A família de Jeane, desestruturada e marcada por uma tragédia, se difere muito da unida e amorosa família Lee. A protagonista reflete então na importância de se ter uma família e de como os amigos podem ou não suprir essa ausência. Principalmente os amigos online. Além disso, há um momento bacana para a história, quando se fala de como se pode sim ajudar outros ao se propôr a fazê-lo. Conhecemos também um pouquinho sobre os Dorks, uma "tribo" mais desprezada que os Nerds, conhecidos por sua inteligência e falta de habilidade social. Traços que vemos em Jeane e seus amigos. Eu sabia pouco sobre eles, só o que já havia visto em filmes americanos, então foi legal saber mais um pouquinho a respeito, mesmo que não tenhamos muito dorks por aqui.
Enfim, o livro é bem legal. Eu gostei dele.