sábado, 16 de abril de 2011

Era uma Vez, Há Muito Tempo Atrás... ~ Brigid Pasulka

Nunca me arrependo de comprar um livro.
Pra mim todo o ritual é mágico (vê-lo entre vários outros... pegá-lo... olhar longamente... perguntar à alguém próximo o que acha... ler o resumo, as orelhas, algumas páginas...) e é uma das coisas que mais gosto de fazer na vida. Comprar um livro (ou um CD) me causa uma felicidade muito grande... algo comparado como um cachorrinho faminto achando um punhado de ração chique na casa do novo dono.
Ok, sou péssima em analogias, mas vocês entenderam.
Resumindo...
O mesmo sentimento me atingiu quando vi "Era uma vez, há muito tempo atrás..." da  autora descendente de poloneses Brigid Pasulka. A capa (e daí que eu compre também pela capa?) do livro é muito linda e eu pouco conhecia, por mais que me envergonhe de admitir, a triste história dos fortes e corajosos habitantes da Polônia. Sendo assim depois do ritual tradicional (ver, pegar, perguntar a desconhecidos) trouxe meu exemplar do livro pra casa.
Não posso explicar de forma simples o que senti com essa história. Um misto de ternura, aflição, alegria e revolta. Nunca haverá quem possa, de forma satisfatória, explicar o que motivou (e motiva) os monstros que destruíram cidades e famílias, marcando as pessoas para sempre com o sofrimento e lembranças amargas, por causa de guerra.
Vemos, tanto no passado com a história de Pombo e Anielica quanto num passado mais recente (anos 90) com sua neta Beata, como um povo pode ficar cheio de cicatrizes incuráveis. Em alguns momentos (nada de spoiler) tive nojo de perceber como o ser humano, tão exposto a violência, pode se tornar desprezível. Mas, também vi como alguém pode buscar forças de lugares mais inesperados para proteger sua família. Pombo faz isso na faceta mais antiga da história. Ao se apaixonar por Anielica ele "adota" a família dela como sua... vive e quase morre por ela a cada página. Sua neta Beata, dona da história em primeira pessoa e mais recente, trava sua própria batalha para encontrar seu lugar no mundo, e um lugar na sua própria família.
Se pudesse resumir esse livro em uma palavra seria: TRISTE.
Não é um livro divertido ou alegre. É profundamente triste, mas de um jeito belo.
Por esse motivo, pelos sentimentos muito fortes de tristeza e de incapacidade que esse livro me trouxe não o recomendo a você. Por outro lado... pela linda história de amor e família, recomendo que leia esse livro. Sem se esquecer dos lencinhos.

Um comentário:

  1. Já li vários livros tristes e também nunca encontrei sequer uma explicação para o quanto o homem pode ser cruel e muitas vezes desumano!
    Decidi que não quero mais ler sobre guerras e afins, pois sempre me envolvo muito profundamente com as histórias, que me deixam mal =/
    Gostei muito da sua resenha. Ah, e também tenho esse mesmo ritual sempre que compro um livro, e além de ficar olhando a capa muito tempo, alisando pra lá e pra cá, eu também cheiro hehehhee parece bobagem, mais sempre faço.
    Beijos.

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Esse post foi tão... ah! Não sei, diga você! :)