quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Um Lugar para Ficar ~ Deb Caletti

Editora: Novo Conceito
Páginas: 272
Gênero: Romance/Drama
Título Original: Stay
Classificação:

O relacionamento de Clara com Christian é intenso desde o começo e diferente de tudo o que ela já havia experimentado. No entanto, o que começa como um grande afeto rapidamente se transforma em obsessão, e já é muito tarde quando Clara percebe que as coisas foram longe demais e que Christian está disposto a fazer de tudo para ficar ao seu lado. Então, Clara parte da cidade e Christian fica para trás. Ninguém sabe onde ela está, mas, mesmo assim, Clara ainda luta para se livrar do medo. Ela sabe que Christian não vai permitir que ela suma tão facilmente. Não importa para onde ela vá, nunca será longe o bastante...
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"Você vive momentos banais, mais momentos banais e ainda mais, e então, de repente, algo monumental acontece na sua frente. Você vê o passado e o futuro se colidindo com o presente, seu próprio e pessoal Big Bang, e nada mais será igual a partir daí." pág. 8
Devo confessar que julguei "Um lugar pra ficar" pela capa, da qual ainda não gosto muito, e em seguida, pela sinopse. E estava sem muita vontade de lê-lo.
Quase nenhuma.
Mas, tenho um sério e altamente falado pelo menos por mim problema com pré-julgamentos, de modo que eu pensei: "quem você pensa que é pra não ler o livro? Só por que o bichinho não tem uma cara bonita?".
Ok. Parei.
Mas, o negócio é o seguinte: amei, com todo o coração, "Um lugar pra ficar".
É um livro de peito aberto, uma história que aprisiona o leitor. Não é nada sem criatividade e clichê, como a capa sugere, e muito menos um livro sobre psicopatas. Certo, tem um cara maluco pra caramba, mas não é o foco principal da coisa, pelo menos não na leitura que fiz da história de Clara.
A história gira em torno da fuga de Clara. Ela precisa deixar tudo que tem pra trás, sua casa, sua melhor amiga, seus colegas, a escola e... Christian. Clara e Christian desenvolvem um relacionamento forte, mais forte do que eles podem aguentar, principalmente Christian.
Não consegui odiá-lo, assim como Clara não consegue.
O livro é narrado em dois tempos, passado e futuro.
Clara nos fala de onde está, ela se muda com o pai para uma cidade de praia bem pequena,e onde esteve, ou seja, como tudo começou com seu relacionamento doentio com Christian.
Li em algumas resenhas que Clara é louca, imatura e fraca. Ela pode ser um pouquinho de cada uma dessas coisas, todos somos em algum momento, não? Mas, entendi o porquê de ela estar insistindo no relacionamento com Christian. Ela achava que podia consertar as coisas se dissesse e fizesse as coisas certas, mas quando trata-se de uma doença, não há nada que você possa fazer. E ela percebe isso, com o tempo... que cura tudo.
Clara percebe que tem que por um ponto final. Não dá pra continuar do jeito que está.
Ela foge para Bishop Rock.
"Eu já tinha tentado desvendar o lado sombrio de uma pessoa antes e tinha visto o fundo de sua alma. Enxerguei bem lá dentro, bem no fundo, e pode ter certeza, ninguém quer ver as coisas podres que estão lá dentro." pág. 38
Faz muito tempo que fico com tanta vontade de conhecer pessoalmente um lugar que conheci nas páginas de um livro. Quero ir pra Bishop Rock. Queria ver as casinhas, as ruas, o mar de lá (sou daquelas que acham que cada mar é um novo mar) e as pessoas. AH, e a gaivota.
 Certo, vai ler o livro por que não vou explicar a piada ;)
E nisso Deb (somos íntimas) me lembrou uma das minhas autoras favoritas de todos os tempos, a Sarah Dessen, arrisco dizer que quem é fã de Sarah, deve conhecer a Deb.
 Elas são parecidas no estilo.
Enfim, Clara vai parar nessa cidadezinha turística superbacana e vai tentar voltar a ser ela mesma. Por que o medo anda tomando conta de seus pensamentos ultimamente. E seu pai, sempre presente e apoiador, mergulha de cabeça na recuperação da filha. Bobby Oates é meu personagem favorito no livro. É o pai mais legal que conheci nos livros, mais do que Carlisle Cullen, muito compreensivo e sensível. Além disso, ele é escritor. O que o torna um ser humano maravilhoso. *-*
"Talvez ele gostasse da ideia de não saber ou talvez gostasse da aventura da descoberta. Uma vez, nós seguimos um holofote por quilômetros até chegarmos a um lançamento imobiliário no Fred Meyer, em Lynnwood. Meu pai nem ficou desapontado." pág 27
"- É lindo - sussurrei.
-Uma das tarefas mais difíceis do ser humano é saber quando ter a mente aberta - meu pai falou - E quando não a ter." pág. 84 
Clara está tentando superar seus traumas. E se mostra disposta a isso, a pesar de tudo o que acontece com ela, realmente se esforça pra se sentir melhor, pra tentar se acalmar, pra voltar a sorrir. Ela arranja um complicado emprego de verão, amigos novos e conhece Finn Bishop. (Meu Finn é o Dave Franco) Finn é totalmente o inverso de Christian. Ele é sereno, calmo, seguro, estável e um poço de alegria e bondade fundo como o oceano. Tudo o que ela precisa.
Gostei do fato de Clara não cometer os mesmos erros. De ela encarar os medos de forma tão direta. Ela não tem medo de gostar de Finn, não tem medo de amar de novo. E quando o medo tenta aparecer ela o manda para um canto bem remoto do seu cérebro.
"De repente, bem ali, na praia com Finn Bishop, aprendi que o amor verdadeiro não é aquele que prende, sufoca, envolvendo os dois numa dança macabra. Não, ele deixa você livre pra pisar em chão firme, e para o outro poder fazer o mesmo, com bastante espaço entre vocês dois." pág 202
Amo as frases de efeito de Deb Caletti. Tinha 20 quotes separadas para essa resenha, pra provar à vocês que precisam ler esse livro, mas não cabem todas aqui. Então tive de escolher algumas, partindo meu coração. Também encontrei o tal "kkkkkkkk" da página 179 e achei muito esquisito a editora colocar ele lá, mas não vou prolongar um caso que já foi tão comentado. Amei o livro, amei a história, a amei Clara Pea, amei Deb Caletti.
Gostei muito do final também.
Um conselho: dê uma chance para um livro com o qual você não foi com a cara. Ele pode ter um recheio bom demais.

 UPDATE MUSICAL:
Deixo aqui duas músicas para vocês. Uma para Christian, outra para Finn, respectivamente. Ambas da dupla mexicana Jesse y Joy. Espero que gostem :*

5 comentários:

  1. Eu ainda não sei o que pensar desse livro. Não sei se o leio, se não... É complicado, sabe? Eu não fui muito com a cara dele, mas muita gente já me disse que ele é maravilhoso. O que pensar?

    Um beijo,
    Luara - Estante Vertical

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  2. Oi, Tamy!
    Eu também gostei desse livro. Acho que a autora conseguiu passar uma mensagem super legal e muito válida para os jovens de hoje, que muitas vezes acham que o primeiro amor é tudo e um pouco mais. Obsessão nunca é algo bom, o amor tem que ser algo saudável e a autora conseguiu desenvolver isso de modo que não ficou nem leve, nem pesado ao mesmo tempo.
    Concordo com você que a ambientação também é bem legal!
    Beijos!

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  3. No início eu tive muita vontade de ler este livro afinal eu nunca li nada que envolvesse este tema, mas ele tem recebido críticas tão negativas que até perdi um pouco a vontade, mas acho que ele não deve ser uma total perda de tempo, afinal a mensagem que a autora quer passar é muito boa.
    Abraços.

    http://viciadoemlivrosefilmes.blogspot.com/

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  4. Tenho esse livro e sempre tive muita curiosidade para lê-lo :) eu já passei por um relacionamento obsessivo e sei o quanto é complicado tsc tsc e fiquei mais curiosa ao fato da autora ser comparada a uma grande escritora favorita minha *Sarah Dessen* então sei que vou gostar do livro, resenha muito linda e os quotes escolhidos e as músicas estão perfeitos <3

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  5. Adorei a resenha, me fez ficar com vontade de ler esse livro. Não conhecia esta autora. beijos! :)

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Esse post foi tão... ah! Não sei, diga você! :)